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MINICURSOS

Os minicursos acontecerão entre os dias 23/05/2023 e 25/05/2023. 

Minicurso 1
Filosofia Ciborgue

PROF. ME EMANUEL MARCONDES TORQUATO (UFCA)

VITOR LUCAS ARAÚJO  CAVALCANTE MARTINS (Estudante de Gradução)

EDUARDA VITÓRIA OLIVEIRA CASTRO (Estudante de Graduação)

O ciborgue está na rua, no meio de nós, está em toda parte. Reconhecemo-nos nele como se olhássemos num espelho. Oriundos da literatura ciberpunk e dos filmes de ficção científica, ora como monstros, ora como maravilhas tecnológicas, encarnam-se nos fenômenos e processos cotidianos como harmonização facial, implantes, transplantes, próteses, órgãos artificias ou geneticamente modificados, bioimpressão, anabolizantes, vacinas, psicofármacos, estados artificialmente induzidos, sentidos farmacologicamente intensificados, tais como a percepção, a imaginação e o tesão,  figuras como superatletas, supermodelos, superguerreiros, clones, máquinas de visão melhorada, de reações mais ágeis, de coordenação mais precisa, seres artificiais quase humanos, realidades virtuais, dados que circulam, indistintamente entre corpos humanos e corpos elétricos e que possibilitam à biotecnologia a escrita e o processamento informacionais através da articulação entre o hardware, o software e o wetware, nas fantasias de uma humanidade “ampliada”, “estendida” no transhumanismo. É da combinação desses processos que nasce essa criatura pós-humana chamada ciborgue, fruto da reconstrução de corpos.  E consigo ele traz uma das mais importantes questões de nosso tempo: diante da generalização da simbiose entre maquinismos e organismos torna cada vez mais difícil distinguir aquilo que é puramente orgânico daquilo que é puramente máquina. Já não temos mais nitidamente  definida as fronteiras que nos fazem perceber onde termina o humano e onde começa o maquínico. Ou ainda, dada a ubiquidade dos aparelhos, onde termina as máquinas e começa o humano. Já não cabem mais dualismos estruturadores do nosso pensamento como em outras épocas: natureza/artifício, humano/não-humano, idealismo/materialismo, masculino/feminino, sujeito/objeto etc. O Ciborgue inaugura uma outra forma de pensar a condição humana. Força-nos a pensar em outros termos e outros modos. Ironicamente, sua existência nos intima, mais do que perguntar sobre a natureza das máquinas, a nos questionarmos sobre quem somos nós, o que é a natureza humana. A proposta do minicurso é apresentar algumas referências atuais sobre a temática como Donna Haraway, Vilém Flusser, Thierry Hoquet, Lúcia Santaella, Tomaz Tadeu, Erick Felinto, dentre outros, e favorecer a discussão sobre a relação entre o maquínico e orgânico presentes nos diversos hibridismos que o corpo humano configura na cultura contemporânea e as novas questões que esta relação suscita.

Minicurso 2
Foucault e a Teoria dos Ilegalismos

PROFA. CHISTHIANE LINS BEZERRA

Este minicurso tem caráter introdutório, sendo aberto para qualquer pessoa que tenha interesse em se familiarizar com o pensamento de Michel Foucault, especialmente no início da fase conhecida como genealógica. Falar de Teoria dos Ilegalismos em Foucault parece um pouco estranho, já que ele nunca pretendeu formular nenhuma teoria totalizante sobre qualquer um dos grandes temas da filosofia. Porém, ao se referir ao termo como teoria dos Ilegalismos, trata-se muito mais de chamar atenção para essa noção cunhada por Foucault que é fundamental para entender seus desenvolvimentos teóricos acerca da emergência da prisão, ou melhor falando, da privação de liberdade como pena generalizada, a partir de meados do século XVIII, no interior de uma sociedade de modos de produção capitalista que acabara de nascer e lutava para se estabelecer como regime social e econômico dominante. A partir do curso ministrado por Foucault, no Colège de France, intitulado Sociedade Punitiva, o curso tem por pretensão esclarecer as noções de Ilegalismos de depredação e Ilegalismos de dissipação, suas diferenças e importância para a emergência do dispositivo de poder chamado disciplinas e como esse dispositivo foi fundamental para maximizar a força produtiva e econômica  dos corpos dos indivíduos ao mesmo tempo que minimizou sua força política e de insubmissão formando assim uma massa de sujeitos aptos, do ponto de vista de suas forças produtivas, à sociedade capitalista. Todes serão muito bem vindes a tomar parte nesse minicurso e construir coletivamente uma discussão acerca do tema a partir dos insights proporcionados durante esse encontro.

Minicurso 3
Limites da Forma Dialética de Exposição e Análise Histórica de O Capital (Marx)

PROF. RICARDO DIAS ALMEIDA (UFCA)

O propósito deste mini-curso é tratar de alguns aspectos metodológicos da obra madura de Marx, especialmente O Capital e os Grundrisse. Ao discutir a formação do conceito de capital em geral a partir da circulação simples e a noção de acumulação de capital, será abordado o problema da relação entre a forma dialética de exposição e a análise histórica, de tal modo que se possa determinar os limites da dialética. Daí é possível compreender melhor o papel do capítulo 24  “A Assim Chamada Acumulação Originária de Capital” no interior da exposição do livro I d’O Capital. O curso é de caráter introdutório, de tal modo que será inteiramente acessível ao não iniciado no assunto.

Palavras-chave: Marx, Capital, Método de Exposição, Método de Pesquisa, Análise Histórica.     

Minicurso 4
A Dignidade da Pessoa Humana em Kant e a Despersonalização em Deleuze-Guattari: em torno dos probelmas éticos e políticos do século XXI 

PROF. LUIZ MANOEL LOPES (UFCA).

O minicurso busca estabelecer conversações com o público para que possamos compartilhar alguns problemas filosóficos no século XXI. Na contemporaneidade, nos deparamos com paradoxos ocasionados pelos maiores avanços tecnológicos digitais e ao mesmo tempo com os piores retrocessos da subjetividade. Nesta busca, procuraremos apresentar a relevância da "dignidade da pessoa humana" na "Metafísica dos Costumes" de Immanuel Kant (1724-1804) e "os problemas da despersonalização" no século XXI a partir da "filosofia da diferença" de Gilles Deleuze (1925-1995). 

  

Minicurso 5
Educação e Emancipação (Kant e Adorno): uma ação necessária 

FRANCISCO DE ASSIS SILVA (Estudante de Graduação) 

  

O minicurso propõe pôr em xeque o atual modelo educacional brasileiro, refletindo a partir da concepção de emancipação em Kant e Adorno. A busca por teorias e debates acerca da educação e suas multicamadas é uma prática constante no magistério, e a concepção de emancipação demonstra-se central para uma educação democrática e de qualidade, como, propõe o sistema de educação brasileiro.  Nessa perspectiva, a breve reflexão do minicurso busca identificar aplicação e aplicabilidade de um ensino emancipatório no país, e qual grau de importância desse método para os discentes no ensino básico. Assim, refletindo com docentes e acadêmicos da filosofia como as teorias de Kant e Adorno contribuirão para o ensino, e podem serem aplicadas na prática docente.

Minicurso 6
Visconde de Cairu, leitor de Adam Smith e Edmund Burke –

Prof. Me. José Roberto Cardoso da Cunha (UFCA).

O bicentenário da Independência do Brasil (1822-2022) passou praticamente em branco no Brasil. Muito menor foi a reflexão da comunidade filosófica nacional sobre o evento. Na figura de José da Silva Lisboa temos um dos pais da pátria que articula pensamento filosófico e participação ativa nos eventos históricos ligados à emancipação do país. Fiel ao pensamento de Adam Smith, publica Princípios de Economia Política (1804) e redige a petição que levou à Abertura dos Portos às Nações Amigas (1808). Defensor do Reino Unido, vai traduzir extratos das reflexões de Edmund Burke contra a revolução francesa (Extratos das obras políticas e econômicas de Edmund Burke, 1812) e, depois, defender a unidade do Império contra os revolucionários nordestinos (Rebate brasileiro contra o Typhis Pernambucano, 1824).

  

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